INSANA-MENTE
Torna-se tão difícil a simples tarefa de raciocinar,
Sob a pressão eminente emanada de teu olhar.
Confunde tudo o que penso faço e sinto.
Funde todas as minhas emoções de mais puro instinto.
Seja tudo longe ou tudo contigo,
Perto de um amante ou mais próximo de um amigo,
Ter-te em mim é sempre um terno eterno conflito.
E estás lá – fincada aqui.
Tatuada a cá em meu corpo.
Cicatrizada na dor que não perdoo.
Cravada onde ninguém jamais arriscaria,
Nem um esmero de centavo
Por um traço de sanidade em vida.
Minha mente nunca foi sã em vida.
A loucura de meus instintos a mata todo o dia.
Todos os dias.
Minha insanidade assassina,
Amargurada por tua afeição doentia,
“Ama a mim” – ela dizia, repetia e confundia.
E teu olhar ainda se perde,
Na escuridão do delírio de meus olhos,
Mas são tuas castanhas polidas
Que vejo a insanidade amamentando-me no colo.
Amo-te tanto quanto amo as outras.
O amor é posto em mim,
Como o corte da mais cega das tesouras.
Não te amo como mulher,
Nem te quero como pessoa
Quero-te como a Ideia,
Sendo eu a outra.
Não quero só te amar.
Quero-te junto a mim,
Como os dois sendo a mesma coisa.
Num texto de sem rima fim.