“Mais um papel estranho de Helena Bohan Carter”? Não concordo. A marginalidade da personagem a torna mais real do que qualquer outro que a atriz já fizera. Assim como Marla, somos todos frustrados por dentro, tristes por uma vida miserável, de propósitos corrompidos, de pessoas perdidas até mesmo quando estão do nosso lado todos os dias. Como Marla, podemos morrer a qualquer instante, a única tragédia é que isso nunca acontece.
Nos Estados Unidos aqueles que tentam atravessar a fronteira sul com o México – portanto em sua maioria mexicanos – são chamados de aliens, termo usado para identificar os estrangeiros, mas mais comumente nesse caso em particular. “Alien” em inglês significa alienígena, estrangeiro e agora em muitos casos de preconceito, significa invasor, pois os americanos acham que os invasores vêm ao seu país para roubar seus empregos.
No início do século XX surgia um dos primeiros filmes que podemos associar à ficção científica, Viagem à Lua (Le Voyage Dans La Lune, 1902), filme, óbvio, em preto e branco e mudo que instigou muitas pessoas a refletir acerca do universo, para muitos foi um terrível medo imaginar criaturas alienígenas e como sempre é praxe ao humano, ignorar o fato de que nossa espécie é alienígena à outra.
Cena da nave acertando a Lua.
Isto se decorreu por anos a fio com a grande massa cinematográfica de filmes sobre extraterrestres. Possivelmente, um dos mais perturbadores seja o 2001 – Uma Odisseia no Espaço (2001 – A Space Odyssey, 1968) de Stanley Kubrick.
Cartaz de 2001 - Uma Odisseia no Espaço
Porém o que todos vangloriaram por anos é o alien de Ridley Scott, Alien – O Oitavo Passageiro (Alien, 1979), por ter aterrorizado as plateias com suas cenas de suspense claustrofóbico dentro de uma nave no meio do espaço sideral com seres que se desenvolvem dentro dos corpos humanos e eclodem de forma violenta e sangrenta. Foi considerado um dos melhores suspenses de ficção cientifica, e é por aí mesmo que fica: entre ficção-científica, suspense e terror.
Alien - O Oitavo Passageiro
Em 2006 é apresentado nos cinemas de quase todo o mundo, um tipo diferente de alien, na verdade são seres que habitam o nosso mundo escondidos de nossos olhares literalmente, pois seu habitat não permite aos olhos humanos nenhum tipo de visão, as cavernas subterrâneas. Mais uma vez, as criaturas têm seu território invadido por humanos, isto nos faz pensar mais uma vez em quem são os verdadeiros aliens.
Poster de Abismo do Medo
O Abismo do Medo (The Descent) é um filme inglês, sobre seis amigas aventureiras que, sob a influência secreta de uma delas, descobrem uma caverna nova onde encontram uma suposta aventura, porém um desmoronamento as prende e lá elas vão encontrar seres humanóides carniceiros e adaptados à escuridão e dois dos mais perigosos sentimentos do humano, medo e raiva.
Este foi considerado o filme de terror-suspense (thriller) mais assustador dede alien. Seu enredo sombrio até mesmo quando deveria surgir um momento de extroversão como quando as garotas fazem suas brincadeiras entre si, cria uma tensão frequente durante todo o percurso do filme, principalmente pelo fato de uma das garotas, Sarah, ter ficado traumatizada com a morte de seu marido e sua filha, e que ainda sofre em silêncio como se vê nas cenas em que sua filha aparece de frente a um bolo de aniversário que não se realizou.
Depois do desmoronamento da rocha, todas as seis garotas entram em discussão sobre o que fazer e começam a inquirir culpados e velhos ressentimentos surgem. Sarah começa a ver coisas que segundo as outras são ilusões causadas pelas fracas luzes de suas lanternas contra a escuridão. Sarah diz ter visto alguém e que essa pessoa poderia ajudá-las. Mas quem poderia estar lá?
Nós mesmos nos vemos procurando imagens humanas nas rochas quando as lanternas focalizam a parede de pedra.
Quando as já não tão amigas se descobrem sem saída, Sarah entra em pânico e clama por ajuda. Aqui sob a imagem de visão noturna de uma câmera, trazendo um aspecto ainda mais aterrorizante devido ao vai e vem da imagem, entra a cena em que a primeira aparição de um dos seres acontece seguida diretamente de um ataque. Diante do inesperado as garotas acabam se separando.
Primeira aparição dos seres. Destaque para o uso de visão noturna.
Pouco é dito sobre os seres monstruosos, apenas que são cegos, porém com uma audição ótima como os morcegos e que eles saem até a superfície para pegar a presa mais próxima da caverna.
Sarah desmaia e quando acorda tem de vivenciar um banquete das criaturas em silêncio. Parte do jantar é uma de suas amigas. Depois que os seres se vão, Sarah se arma e pouco a pouco se percebe a mudança nas características da personagem, não é mais apenas uma garota de trinta e poucos anos, mas uma mulher lutando para sobreviver, suas feições não são mais de terror e sim de determinação. Mas é quando uma de suas amigas à beira da morte conta à Sarah que Juno, a idealizadora da aventura e culpada pelo aprisionamento de todas, era amante de seu falecido marido. Sarah se vê então numa escuridão real e espiritual, pois aquele por quem ela sofreu diante da morte, era na verdade um traidor. Ao reencontrar Juno, Sarah se alia a ela para poder escapar e por fim se vingar.
Mais uma vez o homem se mete onde não devia, e ainda por cima se torna a vítima da história, assim como os Estados Unidos se dizem afetados com a entrada dos imigrantes do sul, assim como eles chamam de terroristas aqueles que apenas defendem seus direitos, culturas e religiões. Invadir o país alheio à procura de riquezas, matando seus habitantes contrários a invasão é um ato bem terrorista. Mas isso não vai passar na Globo, é claro.
- ABISMO DO MEDO –
Ficha Técnica:
-Nome original: The Descent
-Gênero: Terror, Suspense
-Tema: Aventura em Caverna
-Duração: Aproximadamente 99 minutos (1 hora e 39 minutos)
-Lançamento: 2005
-Origem: Grã-Bretanha
-Idioma: Inglês
-Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 16 anos.
-Inadequações: Extrema violência (agressão física, assassinato, exposição de cadáver, exposição de fratura, mutilação), terror intenso (seres humanóides), conflitos psicológicos (claustrofobia, delírio, tensão intensa), temática imprópria.
-Realização: Celador Films, Pathê!
-Direção: Neil Marshall
-Elenco: Shauna Macdonald, Natalie Mendoza, Alex Reid, Saskia Mulder, MyAnna Buring, Nora Jane Noone
A Cruz Suástica (ou também Cruz gamada ou Swastika), o tão famoso símbolo usado pelos nazistas durante a segunda guerra mundial que na verdade tem existido muito antes do bisavô de Hitler pensar em nascer, pois ela já foi encontrada até em inscrições de cavernas, ou seja, descende da idade da pedra.
A Suástica tem seu nome derivado do sânscrito, vem de “Svas” que quer dizer bondade. Esse tão belo símbolo passou por várias culturas, budistas, hinduístas, japoneses e até mesmo pela dos judeus.
O hinduísmo a utiliza na palma da mão de Ganesha (o deus com cara de elefante), os gregos, os celtas, os americanos (índios), no peito de Vishnu (o deus protetor do Universo que é um dos Trimurti:figura de três cabeças, devido à encarnação de Dattatreya). A suástica também é um dos 32 signos do corpo Universal que fica no peito do Chakravartin rajam (Os Reis das Rodas Rolantes), e também podemos vê-la no peito do Buddha Shakyamuni como o símbolo de boa fortuna. Os nórdicos a chamavam de Martelo de Thor e a usavam como proteção para si. E era usada por guerreiros chamados Einherjars.
Buddha e a suástica em seu peito
Ela também é chamada de Roda, cruz ou estrela solar, por ser representante do ano do sol e das quatro estações do ano (as quatro pontas) e se representa em duas formas: o horário e o anti-horário. O horário a entropia de tudo que gira para o fim do universo. Para muitos a bilateralidade do signo simboliza um o bem e o outro o mal, sendo que isto é totalmente incoerente, já que o mal direcionado a um, é o bem a outro.
A suástica aparece também em lugares inesperados (ou não) como:
- Microsoft ® Corporation -
O símbolo das janelas (Windows) ao estilo americano: quadrado com uma cruz no meio.
- Mercedes Benz -
Uma Suástica de três pontas.
- O Prédio Suástica -
O prédio da marinha californiana, construído em forma de uma cruz gamada estrategicamente com uma das pontas para o norte o tornando diagonal.
- Olimpíadas de Londres -
- Álbum She Science da banda brasileira Wry -
Uma suástica feita de pernas
- Franquia de supermercados Y. Yamada -
Loja de dono japonês, símbolo do sol nascente assim como a ideia de estar girando da suástica Roda solar
E outros mais:
A suástica é um símbolo de culturas e religiões, foi usada incorretamente para espalhar o ideal racista imposto por Hitler, e hoje é um símbolo desprezado, e reconhecido como o mal encarnado. E é claro que isso gera um sentimento de revolta a qualquer membro da religião ou cultura que o venera ou venera seus deuses portadores do símbolo. Portanto, pense um pouco antes de tratar com preconceito uma ideia diante de algo tão antigo quanto à suástica. Até porque, foram cinco anos de guerra contra milhares de anos de existência.
É uma revelação, a personagem tem uma personalidade marcante. Algumas cenas de melancolia, como a revelação do passado de Fox, corroboram a ideia da frieza que um assassino deve ter para aniquilar seu alvo, seja uma má pessoa ou não. Não há uma discussão certa no filme. Talvez a de estarmos desperdiçando nossas vidas com trabalhos que não queremos exercer. Esta parte lembra muito o Clube da Luta (Fight Club, 1999) de David Fincher. Porém, O Procurado é um filme voltado mais pra o comércio.
A grande heroína do filme de terror científico que saiu de suas roupas de astronauta para correr por uma nave só de calcinha e sutiã com um canhão nas mãos no intuito de matar um bando de alienígenas babões. Este é um dos filmes em que Sigourney Weaver interpretou Ellen Ripley que, antes um subtenente da nave Nostromo, se torna a matadora dos aliens, a salvadora dos humanos e depois até a mãe dos monstros na quarta sequência, Alien - A Ressurreição (Alien - The Ressurection) de Jean-Pierre Jeunet.
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Linda Hamilton como Sarah Connor
Exterminador do Futuro e Exterminador do Futuro 2
(The Terminator, 1984/Terminator 2, 1991)
Sarah Connor foi muito comparada à Sigourney Weaver depois que se transformou na guerrilheira contra as máquinas. Exterminador do Futuro não é um filme que eu goste, mas é o mais ou menos de Cameron. Neste a personagem sai de sua pele de provável futura mãe de casa para se tornar a rebelde de um futuro não muito distante numa guerra contra máquinas. A personagem evolui tanto durante o decorrer do filme que podemos até que ela chega à margem de perder seu resto de humanidade. Esta ideia entra em confronto com a ideia da própria Sarah na segunda parte da série de filmes onde o exterminador, agora salvador, parece para ela o pai que seu filho nunca teve, porém ela se esquece que ela nunca foi a mãe dele.
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Carrie Anne Moss como Trinity
Série de filmes Matrix
Essa não envolve uma transformação, entretanto, Trinity possui todo o arquétipo da mulher lutadora, firme e fria, mas que na verdade acaba se apaixonando por Neo e que sofre com a ideia da morte no momento que a sente chegando. Trinity é uma personagem muito forte durante a história de Matrix, sua presença é marcante. O filme não me comove a favorito, a ideia do mundo falso, sim. Mas ampliar a duas continuações tão pobres me desanimou.
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Uma Thurman como Beatrix Kiddo (aka The Bride, aka Black Mamba)
Kill Bill vols. 1 & 2.(2003-2004)
Está certo que A Noiva de Kill Bill já era a mulher mais perigosa do mundo antes dela querer matar o Bill, porém antes disso nós podemos ver, principalmente no volume 2, que ela era uma mulher como as outras, ela tinha o amor da vida dela que era o Bill, engravidou dele e por amor à criança se afastou do mundo que Bill lhe dera para criar a filha num antro normal. Aí vem o destaque de que o mundo nunca é melhor. Bill descobre a fuga e a espanca junto com sua gangue e a mata no dia de seu ensaio de casamento fajuto, mas não antes dela dizer: Bill, o bebê é seu! Ah é! Claro! Ela não morre, fica em coma por quatro anos sendo prostituída por seu enfermeiro, quando acorda, ela se descobre só, sem filha, sem vida, ou seja, (para o azar dos outros) sem nada a perder além do sentimento de vingança. Isso tudo tirou dela a felicidade que tinha antes em sua vida de tirar vidas.
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Shauna McDonald como Sarah
Abismo do Medo (The Descent, 2005)
Esta sim, uma grande virada. Depois de uma aventura com suas amigas, Sarah perde sua família que amava (marido e filha), e se sente perdida no mundo; sem luz na vida. Um ano depois ela resolve voltar a se aventurar com as amigas, desta vez numa caverna. Todos percebem sua falta de ânimo. Na caverna um desmoronamento ocorre e elas ficam presas. A caverna foi descoberta por elas, portanto não há como serem achadas. Lá seus sentimentos se ampliam, principalmente para Sarah que ainda estava abalada com sua perda. Ela começa a ver e ouvir coisas. Segundo as outras, sua imaginação. Mas a verdade é que dentro daquela caverna habitam seres humanóides que caçam qualquer coisa que eles possam. Sarah descobre por uma das amigas à beira da morte que Juno, a idealizadora da aventura, era a amante de seu falecido marido. Sarah então se vê agora numa escuridão espiritual e real onde tem de fazer de tudo para fugir daquele terrível lugar. Uma das cenas mais tensas é justamente aquela em que Sarah e Juno se reencontram. O que será que ela vai fazer? Elas se unem, mas no final, a vingança é feita. Porém o terror do lugar ainda é predominante e merecedor de uma continuação.
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Natalie Portman como Evey Hammond
V de Vingança (V For Vendetta, 2006)
Por mais que tenha atrapalhado mais do que ajudado o “V” e de ter se revelado apenas no final, esta foi sim uma grande transformação. Evey é uma mulher (na graphic novel uma menina) trabalhadora, que por dentro sabia que algo estava errado com seu país e queria combater esse mal (tendo ela, digamos, sangue de revolucionários correndo pelas veias), mas que não o faria por já saber o que poderia lhe acontecer. No começo ela se diz medrosa, porém depois de sofrer uma tortura falsa ela perde o medo e assim seu torturador a libera. Todo esse dramalhão aparte Evey passou por momentos difíceis, sobreviveu e ainda ajudou (puxou uma alavanca) quando podia ter fugido.
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Melánie Laurent como Shosanna Dreyfus Bastardos Inglórios
Em Bastardos Inglórios, Shosanna Dreyfus vê sua família ser assassinada pelo coronel Hans Landa da SS e decide se vingar. Ela toma uma identidade falsa, dona de um cinema e por ironia é cortejada por um soldado alemão. Este último fez com que o cinema de Shosanna torna-se palco para o novo filme dos alemães onde todo o alto comando nazista estará. A garota então cria um plano de incendiar o cinema com todos dentro. A ideia dela acaba se cruzando com a dos Bastardos, um grupo militar americano que pretende explodir o cinema na noite da estreia. O plano se concretiza para os dois lados, porém o coronel Landa fica vivo por entrar e acordo com os americanos, mas não sem receber um castigo. Shosanna morre durante seu desempenho vingativo, mas sua transformação compara-se com a de Uma Thurman em Kill Bill; a dureza e frieza. Certo, são filmes do mesmo diretor, mas sempre disseram que cada filme dele fazia referência um ao outro, talvez Shosanna seja bisavó da Noiva.
Todo post haverá uma referência a este. Irei deixar outras revoluções femininas. Até não houver mais nenhuma.